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29/05/2025Por que medir conteúdo só por acesso é um erro — e o que considerar no lugar disso

A métrica mais usada para medir conteúdo é também a mais superficial.
E, no marketing técnico e B2B, confiar apenas no número de acessos pode desviar completamente a estratégia.
Neste artigo, vou mostrar o que realmente deve ser avaliado quando o objetivo é gerar autoridade e impacto comercial.
O problema não está no tráfego, mas na dependência dele
Tráfego é uma métrica tentadora.
Ela aparece facilmente no Google Analytics, gera gráficos bonitos, parece indicar resultado — e permite mostrar crescimento de forma rápida.
Por isso, é comum que gestores de marketing e agências usem o número de acessos como principal indicador de sucesso de um conteúdo.
Mas é aí que mora o erro.
O acesso, por si só, não informa nada sobre o impacto real daquele conteúdo.
Ele apenas indica que alguém clicou. Nada mais.
Não diz quem era, o que buscava, se leu até o fim, se entendeu, se avançou, se teve qualquer intenção de seguir em frente com sua empresa.
A consequência é grave: estratégias inteiras passam a ser moldadas por um critério que não mede o que realmente importa.
Conteúdo técnico e B2B exige outro tipo de leitura e avaliação
Se sua empresa atua com vendas consultivas, soluções técnicas ou serviços complexos, o papel do conteúdo é muito mais do que gerar tráfego.
Ele deve:
- Sustentar sua proposta de valor com profundidade
- Ajudar o lead a entender por que sua solução custa mais, entrega mais ou exige mais critério
- Antecipar dúvidas que surgiriam em uma reunião comercial
- Apoiar a decisão do cliente, mesmo que ele já tenha lido sobre outras alternativas.
Esse tipo de conteúdo não tem volume como prioridade.
Ele tem clareza e utilidade como missão.
E aqui está a chave: conteúdo de autoridade gera movimento qualificado, não massa aleatória.
Se 200 pessoas leem um artigo técnico e 4 delas solicitam uma reunião, esse conteúdo foi infinitamente mais útil do que outro que recebeu 10 mil acessos e nenhum contato.
A armadilha do conteúdo que “performou” — e não ajudou em nada
Quando acesso vira o principal objetivo, as decisões de pauta e abordagem se distorcem.
A equipe começa a buscar temas amplos demais, palavras-chave com volume alto, assuntos populares no momento.
O resultado é um conteúdo genérico, raso e substituível — exatamente o oposto do que se espera de uma empresa que vende complexidade, tecnologia ou critério.
Mais do que isso: o conteúdo se transforma em algo feito para o algoritmo, não para o cliente.
Esse conteúdo:
- Atrai pessoas que não têm perfil para comprar
- Ocupa o tempo do time interno sem gerar retorno comercial
- Gera relatórios bonitos — mas nenhum avanço real.
Trata-se de uma ilusão perigosa: parecer que está tudo indo bem, quando na verdade a estratégia perdeu o foco.
Por que o número de acessos engana (mesmo quando é alto)
Acesso é uma métrica cega.
Ela mostra que houve uma entrada, mas não mostra:
- Quem entrou
- O que buscava
- O que leu
- O que fez depois.
Ela não indica qualificação, intenção nem profundidade.
E não mostra se aquele conteúdo teve alguma aplicação prática no processo comercial.
Um conteúdo pode ter milhares de acessos e, mesmo assim, não ter ajudado ninguém a decidir, nem sustentado nenhuma venda.
E isso precisa ser dito com clareza:
Se o conteúdo não apoia uma jornada real, ele não está cumprindo seu papel — mesmo que esteja sendo lido.
O que deve ser medido no lugar de tráfego
O problema não é olhar para o tráfego. É olhar só para o tráfego.
Existem quatro dimensões muito mais relevantes para avaliar se o conteúdo está, de fato, gerando impacto para a empresa:
1. Profundidade de consumo
Aqui, o que importa é saber se a pessoa leu o conteúdo com atenção.
- Ela ficou tempo suficiente na página?
- Rolou até o fim?
- Voltou a esse artigo em outro momento?
- Compartilhou com alguém da equipe?
Esses dados mostram nível de envolvimento.
E isso, sim, é um bom sinal de que o conteúdo está fazendo sentido.
2. Avanço de jornada
O conteúdo ideal muda o comportamento do lead.
Depois da leitura, ele pode:
- Visitar outra página mais técnica
- Acessar uma página de serviço
- Solicitar uma reunião
- Entrar em contato com o time comercial.
Mesmo que a conversão não ocorra imediatamente, o conteúdo funcionou como um catalisador de decisão.
3. Uso no processo comercial
Se o conteúdo é usado por SDRs, pré-vendas ou vendedores, ele tem valor real.
- Serve como follow-up após uma reunião
- Ajuda a responder uma dúvida técnica com profundidade
- Funciona como argumento em uma negociação
- Sustenta um ponto crítico da proposta.
Esse tipo de uso raramente aparece em relatórios — mas tem impacto direto no fechamento.
4. Potencial de reaproveitamento
Um conteúdo de autoridade pode e deve ser usado em múltiplos pontos da jornada:
- Como post no LinkedIn
- Como anexo em uma proposta
- Como argumento para treinamento interno
- Como exemplo de aplicação técnica em uma conversa com o cliente.
Quanto mais vezes um conteúdo é útil, mais valor ele tem — mesmo que o tráfego original tenha sido modesto.
Um cenário possível — e cada vez mais comum
Imagine este caso:
Uma empresa de engenharia publica um artigo técnico, explicando os critérios usados para adotar uma solução menos óbvia — mas mais estável e econômica no longo prazo.
O artigo recebe 400 acessos em três meses. Nenhum destaque em SEO, nenhum pico no Analytics.
Mas o comercial começa a usar esse conteúdo em propostas. Envia para leads em fase de comparação técnica. Aponta o artigo como forma de mostrar critério, e não só preço.
Dois leads citam o conteúdo como fator de confiança. Ambos fecham contrato.
📌 O artigo passou despercebido no tráfego —
📌 Mas atuou como argumento no momento certo.
Quando você muda a métrica, muda a estratégia
Ao abandonar a obsessão por acesso e passar a avaliar conteúdo por profundidade, aplicabilidade e impacto, sua empresa muda também o que decide produzir.
As pautas ficam mais relevantes. O conteúdo se aproxima do comercial. As entregas ganham mais valor — não só mais volume.
Você sai do marketing para agradar algoritmo e entra no marketing que educa, convence e posiciona.
E o resultado aparece onde deve aparecer: na confiança do lead e na força do argumento de venda.
Conclusão — e convite
Métricas vazias geram conteúdo vazio.
Acesso, isolado, não mede nada além de um clique.
E conteúdo técnico e estratégico não pode ser avaliado com esse tipo de régua.
Se o seu conteúdo já existe, mas não está sendo lido com atenção, usado em vendas ou citado por leads, talvez o problema não seja o conteúdo — mas a forma como ele está sendo avaliado e aproveitado.
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Rafael Geyger
Diretor da agência Redator Hacker.
Conteúdo técnico e estratégico para empresas B2B que vendem com inteligência.