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29/07/2019Marketing digital para jornalistas: oportunidades e desafios
O marketing digital para jornalistas pode ser mais interessante do que você imagina.
O mercado de trabalho nos grandes veículos está obviamente lotado e com pouca perspectiva de melhora em curto prazo.
Demissões, salários estagnados, condições ruins.
Essa não é uma realidade exclusiva da profissão, diga-se de passagem.
Segundo dados do IBGE, 10% dos mais de 13 milhões de brasileiros desempregados no primeiro trimestre de 2019 tinham formação superior.
Junte-se a crise econômica geral à crise específica do jornalismo, e está feito um quadro nada animador.
Enquanto o jornalismo tenta se reinventar, e ainda não sabe muito bem qual será sua tábua de salvação, os profissionais sofrem na pele.
Nesse meio tempo, uma grande oportunidade cresce cada vez mais: o marketing digital para jornalistas.
Se você passou muitos anos dentro de uma redação, talvez a menção de trabalhar com marketing soe estranha.
Acostumado com (e apaixonado por) reportagens objetivas, pode sentir que escrever para uma marca seria como vender a alma.
Ou simplesmente não percebe o potencial desse novo tipo de conteúdo.
Quanto à primeira angústia, bem, você muito provavelmente já escreve ou escreveu para o interesse de alguém: o dono da empresa de comunicação.
Ou seja, sua alma já não é assim tão pura, desculpe.
Sobre o segundo caso, estamos aqui para conhecer um pouco das oportunidades que esse campo nos oferece.
Marketing digital para jornalistas: resumão
Marketing digital nem sempre é um conceito tão claro para jornalistas.
Na verdade, ele abrange todas as atividades, esforços e investimentos de marketing e publicidade das empresas em meios digitais.
Divulgação de eventos no Facebook, impulsionamento de publicações no Instagram, anúncios no Google, textos para blogs e e-books são apenas alguns exemplos de formas de marketing digital.
Para jornalistas, o principal marketing é o de conteúdo.
Como assim?
Bom, jornalistas são lapidados para a produção de conteúdo.
E o marketing de conteúdo é aquele que oferece conteúdo grátis e relevante sobre um universo de interesse do usuário para captar sua atenção, atraí-lo para a marca e depois, casualmente, vender um serviço ou produto relacionado.
Normalmente, esse tipo de estratégia envolve publicação de textos em blogs, relacionamento com usuários em redes sociais, oferta de um material rico (como um e-book sobre o assunto), disparo de e-mail marketing para os usuários que demonstram interesse e, finalmente, a oferta que vai bancar essa brincadeira toda.
Mesmo que você não compreenda perfeitamente os mecanismos, já deve ter vivenciado essa dinâmica descrita acima, não é mesmo?
É porque cada vez mais empresas estão adotando o marketing de conteúdo.
De acordo com a SEO Trends, 83,4% das empresas brasileiras utilizam o marketing de conteúdo e 98,3% delas combinam a estratégia com o SEO.
Conforme um estudo da Cision, os investimentos em marketing de conteúdo vão superar 300 bilhões de dólares neste ano em todo o mundo.
Nos Estados Unidos, o marketing digital recebe 30 bilhões de dólares a mais do que as propagandas na televisão.
No Brasil, a televisão ainda reina, mas ninguém sabe por quanto tempo.
Em 2018, foram investidos R$ 16,54 bilhões em publicidade no país.
A TV ficou com 58,3% da fatia (em ligeira queda), enquanto a internet recebeu 17,1% do total.
Um relatório da eMarketer estima que o investimento em marketing digital na América Latina vai ter um crescimento de 14,1% em 2019, chegando 9,17 bilhões de dólares.
Ou seja, o mercado é enorme e tende a crescer.
Oportunidades do marketing digital para jornalistas
O marketing digital é um campo amplo e em expansão.
Desde conteúdo para redes sociais até redação publicitária, passando por promoções, cursos, ghostwriting, traduções…
No comércio online em geral, há muitas janelas que ficam dentro do espectro da comunicação.
Nesse caso, porém, vamos focar no nicho que provavelmente mais se encaixa no perfil do jornalista clássico: o marketing de conteúdo.
Basicamente, os posts para blogs institucionais, que dissertam sobre assuntos específicos, sem necessariamente fazer um apelo de venda.
São perfeitos para quem escreve bastante e gosta de buscar informação e reportar.
A diferença é que você não vai sair a campo para descobrir — apenas garimpar informações em meio ao infinito da internet.
Perceba algumas vantagens que você poderá ter aventurando-se no marketing de conteúdo:
Remuneração
É uma prática quase institucional entre jornalistas fazer piada com o próprio salário ou condição financeira.
Mas nunca conheci algum que tenha feito voto de pobreza.
Todos adorariam ser melhor remunerados.
O marketing de conteúdo não é uma mina de ouro, mas trata-se de uma oportunidade de medir com exatidão o valor do seu trabalho.
A remuneração costuma ser por número de palavras escritas.
Dentro de uma redação, ou até mesmo trabalhando em assessoria de imprensa, você desempenha uma série de atividades durante um número determinado de horas (ou não), e não sabe o quanto cada uma delas custa.
Recebe apenas um valor fechado no final do mês.
Escrevendo posts para marketing de conteúdo, você sabe quantos centavos está ganhando por cada palavra produzida.
À medida em que encontra boas oportunidades e vai se adaptando bem ao estilo de redação que esse ramo pede, o jornalista descobre uma boa fonte de renda.
Para quem está empregado, é uma oportunidade de reforçar o salário.
Já quem procura por trabalho e pode ter dedicação integral, tem grandes chances de ganhar mais do que conseguiria em um emprego fixo.
Interessado?
Vamos ver mais alguns aspectos.
Liberdade de rotina e atuação
Muitos jornalistas estão abandonando seus trabalhos para viver como redatores freelancers.
Ou até mesmo para desenvolver seus projetos de conteúdo próprio.
O interesse de conquistar independência do mercado tradicional passa muito pela liberdade de atuação que é possível nesse novo mercado.
Você pode trabalhar online de casa, ou de qualquer lugar do mundo.
Pode fazer sua própria agenda e programação de pautas.
Imagine evitar todo o deslocamento diário, os minutos ou horas no trânsito, o gasto com transporte…
Além, é claro, da própria obrigatoriedade de estar todos os dias no mesmo local, no mesmo horário.
Essa liberdade também se aplica ao conteúdo e área de atuação.
É possível se especializar em um assunto específico, que seja a sua paixão, e escrever só sobre isso, para muitos sites e blogs diferentes.
Ou fazer o contrário, ter alguns poucos clientes e cobrir qualquer tema para eles.
As possibilidades são grandes.
Os desafios, também.
Desafios do marketing digital para jornalistas
É claro que o trabalho com marketing de conteúdo não é nenhum mar de rosas.
Estamos falando de trabalho, afinal de contas.
Quem entra por esse caminho enfrenta uma série de dificuldades.
O texto, por exemplo, é bem diferente do que você pode estar acostumado, e nem todo mundo se adapta.
Vamos dar uma olhada.
Viver como autônomo
A primeira de todas as dificuldades não é específica desse mercado, é a “insegurança” de trabalhar como autônomo ou empreendedor, seja em qualquer área.
Talvez você não se sinta à vontade em viver sem um crachá, um contracheque e os benefícios.
E evidentemente é preciso um bom planejamento antes de abrir mão de férias remuneradas e décimo-terceiro salário, por exemplo.
Além disso, quem tem uma posição estável (na medida do possível) em uma empresa de comunicação pode simplesmente não querer largar a “cachaça” do jornalismo de veículo diário.
Isso não impede, porém, uma experiência extra como redator freelancer.
Para quem já está fora do mercado, pode ser mais fácil entrar de cabeça.
De qualquer forma, é indispensável organizar seu fluxo de trabalho e também sua contabilidade.
A maioria dos redatores freelancers começa como MEI (micro empreendedor individual).
Com um CNPJ de MEI, você pode emitir notas de cada serviço, evitar a informalidade e gastar pouco com isso.
Incluído no Simples Nacional, o MEI é isento do Imposto de Renda de Pessoas Jurídicas e outros impostos federais.
Paga apenas uma taxa mensal de R$ 54,90, no caso de prestação de serviços (o valor é atualizado conforme o salário mínimo).
Para eventualmente iniciar uma agência de conteúdo (o MEI tem faturamento máximo de R$ 81 mil por ano, ou R$ 6.750 por mês, e permite a contratação de no máximo um empregado), é importante ter conhecimento mais aprofundado sobre o mercado e empreendedorismo em geral.
O Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) disponibiliza material interessante para quem está começando a empreender.
Mas isso é preocupação para mais tarde.
Até lá, vamos focar nos desafios específicos da atividade.
O estilo do texto
Esqueça o distanciamento e a impessoalidade dos jornais e sites de notícias.
Em marketing de conteúdo, o texto é uma conversa com o leitor.
Apesar de não estar necessariamente vendendo um produto, o propósito do texto de blog é informar as pessoas sobre um assunto.
Esse diálogo pode futuramente se transformar em venda ou outra vantagem para o seu cliente.
Indiretamente, você está vendendo uma ideia.
Esse tipo de texto é mais ou menos o meio do caminho entre a redação jornalística e a publicitária.
Você só vai trabalhar com informações objetivas.
Nada de “conheça o melhor descascador de cebolas de todos os tempos”.
E sim fatos, dados e situações concretas, sobre assuntos relevantes.
Porém, vai usar informações que o cliente tem intenção de que o público saiba.
Por exemplo, poderá escrever para um banco sobre as vantagens e desvantagens de usar uma conta digital e o crescimento desse mercado.
Ou escrever para uma agência de conteúdo sobre marketing digital para jornalistas 😉
Enfim, as possibilidades são infinitas.
Mas o método vai sempre obedecer a algumas regras.
As regras do texto de blog
O espírito por trás de todo esse manual de redação não oficial do marketing de conteúdo é estimular a interação.
A internet é um universo infinito de informação e entretenimento, e você precisa prender a atenção do leitor frase por frase.
Cada parágrafo é uma disputa para convencê-lo a ler o próximo.
Com isso em mente, fica fácil perceber por que não faria sentido, por exemplo, usar termos rebuscados.
Confira um resumo de como deve ser o texto para blog:
- Dica básica de SEO: use as palavras-chave da busca no título e no início do texto e parta dessa busca para nortear todo o desenvolvimento do conteúdo
- Adote um tom informal e chame o leitor de “você”
- Esqueça as palavras de difícil compreensão: se não fosse usar em uma conversa com um amigo, não use no texto
- Evite também pronomes oblíquos e conjunções como “todavia”, “não obstante” (e o ponto e vírgula já morreu)
- Use frases diretas e curtas — de preferência, apenas uma por parágrafo
- Demonstre autoridade no assunto (mesmo que você não tenha previamente): baseie todas as informações do texto em dados, pesquisas, notícias, declarações a grandes portais, de preferência com link
- Descentralize, hierarquize, segmente e organize o texto usando listas (como esta) e, principalmente, subtítulos
- Evidentemente, os erros de ortografia, gramática e pontuação devem ser evitados a todo custo (em caso de dúvida com a crase, por exemplo, mude a frase 😉
Resumindo, o texto tem que ser como este que você está lendo.
Com essas dicas em mente, e o que falamos antes sobre o mercado, você já tem metade do caminho andado.
Há muita informação na internet para se aprofundar no tema.
O nosso curso de SEO e marketing de conteúdo para redatores, por exemplo, é um guia completo para quem quer encarar (e quem sabe migrar para) o marketing de conteúdo.
Revela desde princípios de SEO para texto de blog até técnicas para pesquisa, passando por como conseguir trabalho na área.
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Boa sorte e bom trabalho.
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